quarta-feira, 14 de julho de 2010

Presidente da Ferroeste apresenta a Ferrosul em Rio Grande

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O Salão Nobre da Associação Comercial dos Varejistas recebeu, na noite da última terça-feira, o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, que palestrou sobre o papel da Ferrosul na integração ferroviária da região sul e a sua conexão com a malha de outras regiões do Brasil e de países vizinhos. O evento reuniu autoridades políticas, militares, civis, comerciantes e empresariado local em uma reunião-jantar.

Na oportunidade, Gomes defendeu que o Brasil necessita de um novo modelo ferroviário para qualificar o desenvolvimento socioeconômico de grandes extensões produtoras do território nacional. Ele também disse que monopólios privados no setor ferroviário são nocivos à economia nacional, porque impõem preços de transporte desnecessários e excessivamente elevados aos produtores e não vinculam os seus objetivos de lucros com as necessidades de desenvolvimento econômico e social do povo brasileiro.

Com isso, a proposta da Ferroeste é fazer uma aliança estratégica entre os quatro estados do Codesul (Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul), ampliando a rede que passará a se chamar Ferrovia da Integração do Sul (Ferrosul). Segundo Gomes, os quatro estados serão proprietários da Ferrosul, sendo que a gestão da empresa será feita em conjunto, com o objetivo de planejar, construir e operar ferrovias e sistemas logísticos nos quatro territórios que serão atendidos pela companhia que terá 3 mil quilômetros de trilhos. A intenção é contribuir para a redução dos custos logísticos na região, através de amplo atendimento aos agentes econômicos privados.

Conforme Gomes, as linhas da ferrovia com bitola mista (larga e métrica) permitirão a circulação de trens de passageiros, em operação compartilhada com o transporte de cargas. Os trens de passageiros serão modernos e com velocidades superiores a 120 km/h, como se verifica hoje em vários países do mundo, como a Coréia do Sul, China, Austrália, África do Sul e Espanha. No RS, Gomes informou que 238 cidades deverão ser cortadas pelos trilhos. O projeto também ligará o porto do Rio Grande à cidade de Antofagasta, no Chile, com a criação do corredor bioceânico, operando uma das maiores fronteiras agrícolas do mundo e contribuindo para a industrialização do interior, conforme o presidente.

Porto do Rio Grande apoia o projeto
Na manhã de ontem, Samuel Gomes visitou o superintendente do Porto do Rio Grande, Jayme Ramis. Durante o encontro foi dado início às discussões para criação de uma agenda estratégica para tratar da integração do porto rio-grandino com a Ferrosul. Na ocasião, Ramis confirmou o interesse do porto gaúcho em ser parceiro do projeto.
O superintendente do porto gaúcho lembrou que Rio Grande está em pleno crescimento, com implantação e ampliação de terminais portuários, com tendência de passar de uma movimentação média anual de 25 milhões de toneladas para 50 milhões até 2015. “Para isso, já estamos trabalhando com foco na ampliação da infraestrutura e uma ferrovia como a Ferrosul vem ao encontro de nossos objetivos. Precisamos de alternativas eficientes para escoar nossas cargas e continuar garantindo qualidade e competitividade ao porto rio-grandino que em breve terá calado de 47 pés, um dos maiores do Conesul”, ressaltou Ramis.

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